terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra

Já que o Brasil (e o mundo!) está cada vez mais gipsy (sim, o mundo dá voltas...), está na hora de outros músicos tri-legais, além do super Eugene ou o Manu Chao, aparecerem por aqui também, especialmente os vindos do leste europeu (!). Afinal de contas, essa (...)dita globalização tem que servir para algo de muito vasto, irisado e sonoro. Ou será que a globalização é um mero faz-de-conta que ainda precisa do crivo dos norte-americanos e "ocidentais" para ser contado por essas bandas de cá? O Emir Kusturica e a TNSO, por exemplo (nossa, como se eu sacasse muuuuito de música dos Balcãs!...), já rodaram a América Latina inteira, apresentaram-se uma pá de vezes na Argentina e jamais aterrissaram por aqui. Por que será, ora bolas? E é tudo tão tradicional e musical e cinematográfico e louco e cigano e peculiar a um só tempo! Outra coisa: e quando, nesse mesmo rastro de pólvora, vamos parar de nos referir a determinados tipos de música como algo "étnico"? O que diabos é isso? O que é "música étnica"??? Que classificação tosca e risível é essa??? Eu já ouvi falar até em psicanálise étnica (etno-psicanálise), aliás, e não compreendo por que esta palavra é empregada, vez por outra, de forma tão surreal, improvável... mercadológica??? Hummm. Sim, é o (...)dito aval norte-americano, downtown, ocidental, fronteiriço, de que tanto necessitamos até para ser, como se, por supuesto, estivessemos na borda, na periferia do nosso próprio mundo. Entonces, vamos parar de ouvir música étnica, pelamordeDios, e começar a ouvir música, boludos! Ou simplesmente a ouvir... O que me parece mais sensato. Ouvir.

Esse emaranhado todo é complexo demais e - por mais que vendam ingressos - de valor inestimável para caber em qualquer classificaçãozinha. Eu me recuso a ouvir música étnica. Eu me recuso a ouvir música. Eu simplesmente ouço - e pronto. E danço. Tá lindo.

Nenhum comentário: