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POLLY - Para que a arte dramática possa ter pleno efeito sobre vocês, solicitamos que fumem o quanto quiserem. Os intérpretes são os melhores do mundo, as bebidas não são falsificadas, as cadeiras são confortáveis. Apostas sobre o desfecho da ação podem ser feitas no balcão do bar. A cortina de fim de ato fechará conforme as apostas do público. Pode-se dizer também não dar tiros no pianista, ele faz o melhor que pode. Quem não compreender logo a ação não precisa quebrar a cabeça: ela é incompreensível. Se desejam ver somente algo que tenha algum sentido, vocês devem se dirigir ao mictório. O dinheiro do ingresso não será devolvido em hipótese alguma. Aqui está o nosso camarada Jip, que tem a honra de interpretar o filhote de elefante. Se vocês acham que seu papel é difícil, eu lhes digo apenas isso: um artista de teatro deve ser capaz de tudo.
SOLDADO - Bravo!
POLLY - E aqui, Jesse Mahoney no papel da mãe de Jackie Pall, o filhote de elefante. E Uria Shelley, o maior conhecedor de hipismo internacional, que faz o papel da lua. Além disso, vocês terão ainda o prazer de ver eu mesmo, no importantíssimo papel de uma bananeira."
(...)
"
SOLDADOS - Nós queremos nosso dinheiro de volta. - Encontrem para o filhote de elefante um final mais decente, ou vocês têm dois segundos para colocar todo o nosso dinheiro aqui em cima das mesas, ouviu, lua de Cooch-Behar!"
Trechos de "O filhote de elefante", apêndice para "Um homem é um homem", comédia de Bertolt Brecht.
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