Hoje são todos barbudos – os homens. Sim, esses meninos que se aninham acuados feito filhotes, sob capotes. Tenho cá comigo que o homem de verdade talvez seja imberbe. Uma quase mulher. Mas só desbigode ralo do ser nu. Homem que viole o íntimo da história e desmereça o vendaval que nele assanhe os pelos. Sem pelos. Abaixo da derme imaculada – e epi-livre. Livre de ser o ter, por ora, no lume da história vil do macho, essa que tantos já fizeram doer - ele mesmo: refém perpétuo do sexo-escarro. Eis, por sinal, a virilidade do amor. Algo como o avesso ao pau – mesmo sendo dele, você, um devoto senil. O bom senso, virtude irrefutável, lhe proporcionará, assim, escolhas à revelia do quedar sob a égide ingrata do falo. E o mundo, embasbacado, será desse czar estéril, comum, galhardo, absorto em sua razão soberana. Um macho-rei, portanto: alheio à herança maldita que há tanto o guia, consciente de sê-lo na extensa plenitude do nós. Sem amarras. Sem rancor. Ser-eno. Celebremos a plenitude silente do nós. A liberdade do gozo, prolífico, relegado a todas as instâncias do outro, enfim e por fim, logrará. E seremos no ato, homens e mulheres, cambada humana arredia insana, ao bel prazer do imaculado, encontro. Encontro este puro e perfeito – no acaso do mais recôndito amor. O homem de verdade – na aurora do amor, vencerá.
Boreal.
Orgia ao pé-do-sol.
Boreal.
Orgia ao pé-do-sol.
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