segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Blok no Blog no Blok no Blog no Blok no Blog

(...)
O vento açoita, voraz.
O frio corta, feroz.
(...)
O vento vaga, a neve dança.
A coluna dos doze avança.
(...)
- Továrich, te entrega logo!
É inútil. Não há saída.
- Melhor ser pego com vida,
Te entrega ou eu te passo fogo!
Trac-tac-tac! - Só o eco
Responde de beco em beco.
Só o vento, com voz rouca,
Gargalha na neve louca...
Trac-tac-tac!
Trac-tac-tac...
... Eles se vão num passo onipotente...
Atrás - o cão esfomeado.
À frente - pendão sangrento,
Às avalanches insensível,
Às balas duras invisível,
Em meio às ondas furiosas
Da neve, coroado de rosa
Brancas, irrompe o imprevisto -
À frente - Jesus Cristo.
Trechos de Os Doze, poema do simbolista russo A. Blok de 1918. Tradução: Augusto de Campos

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