sábado, 7 de fevereiro de 2009

- - - - - - - Extermine o Thomas Edison Jr!


1) Tentativa de invento: o “nada” e o problema urbano

Não. O problema urbano não é o desemprego, o touro catalão, os moradores de rua, a camada de ozônio, a poluição do ar, o engarrafamento, a água, o lixo, ou qualquer uma dessas coisas que soam tão peculiares e caras à cidade. O problema urbano não é a violência, a miséria e muito menos a “tão valorizada” educação. Se tudo isso que dizem ser o tal problema urbano fosse extinto, o corte dos arranha-céus continuaria lá, ferindo a urbe, porque, na verdade, há uma espécie de pré-requisito para saná-lo que as pessoas deixaram de enxergar perdidas entre a briga dos guarda-chuvas e pára-brisas – os quais, inevitavelmente, reduzem nosso campo de visão já embaçado pela garoa. Difícil denominar este ente "místico" que paira supostamente inacessível sobre nós. Mas... (Sim!...) O Lars, em uma certa ocasião cinematográfica, conseguiu identificá-lo muito bem. Não que outros não tenham conseguido, mas o Lars o fez de maneira muito poética e corrosiva – antropomórfica, eu diria.

Há, por exemplo, esse filme recente dos Irmãos Cohen – que se parece muito com uma comédia idiota, mas é muito bom: Queime depois de ler (Burn After Reading). Nesse filme, entretanto, o ente inominável é literalmente o “nada”. E assim o filme termina: mostrando o poder absurdo de devastação do “nada” ou, no máximo, de uma certa paranóia, sobre a mente humana. É engraçado. Mas o Lars fez melhor: deu nome e sobrenome a esse nada. Vestiu-o. Concedeu a ele uma profissão: não por acaso, filósofo. E, como não podia deixar de ser, uma língua através da qual ele pudesse se comunicar: o “blá-blá-blá” intelectual.

1,5) O In-telectual versus o Out-telectual
...........
Em Dogville, o ator Paul Bettany é Thomas Edison Junior, uma referência clara e antitética ao norte-americano inventor da lâmpada elétrica. Para ser efetivada, porém, supõe-se que uma invenção deva sair do campo das idéias e partir para a esfera da prática. De verve prática, como podemos ver no filme, o Junior não tem nada. Ele só fica andando de um lado para o outro, teorizando, filosofando, escrevendo, enfim, convocando reuniões. O Edison inventor, ao contrário, por uma necessidade capitalista, obviamente, experimenta, age.

2) Tentativa de solução
do problema

O nada, portanto, que
Grace extermina sem dó e por amor à humanidade, é a teoria do imprestável, essencialmente egocêntrica e nula. Ou mais: o discurso cotidiano, errático, fake, chato, non-sense, grotesco, irradiado de todos os cantos do planeta que não adentra o campo da ação e que, por isso, torna-se altamente pernicioso. Não basta a prática "sem alça", evidentemente. Muito menos a prática pautada em interesses escusos, vazios. E o que, lamentavelmente, mais existe por aí: a prática que refuta completamente o blá-blá-blá que lhe reclama a autoria. Para expulsar o nada de nossas vidas, é preciso que aniquilemos qualquer vestígio de Thomas Edison Junior – cuja função é nos guiar rumo à inutilidade de coisa alguma – e passemos da teoria à prática, traçando uma ponte Mente-------------Ação, Eu---------------Nós. Revolution Action: ação autêntica que visa primordialmente o bem-comum (sim, vivemos em sociedade, esqueceu?) e que tende a dissipar esse entediante “nada” amarrotado e desbotado de nossas vidas. MATE o Thomas Edison Junior e seja feliz. :-)
............
("A verdade é que, desculpem a expressão, vivemos em uma Era aparentemente sem fim em que cada um só quer saber de salvar o seu maldito cú - porque o cú não serve para nada, uma vez que não serve para nada de muito nobre! E não se pode, nem ao menos, "gozar" com o cú alheio! E atente para a merda de seres humanos que esta nossa sociedade está produzindo! A questão é: está tudo muito bom, está tudo muito bem, mas até quando vamos conseguir realizar nossos sonhos adolescentes? Até quando, hein?" - Dra. Picareta, psicóloga cult, em conferência via msn.)
.....................
Ou como diria o Pizza, bem a propósito: "Intelectual de cú é rola!!!"

Nenhum comentário: