sábado, 9 de maio de 2009

Humilhados e Ofendidos (Униженные и оскорбленные)

"(...) E se nada funcionar/volta pra casa/ já tanto faz/vai me ver sorrindo/pra te estancar/e me trai comigo/e me deixa em paz./ Finge pra mim/que eu gosto mais./E todos vão falar/Dar nomes pra mim/Votar minha fé/Que eu sou o teu quintal/Se alguém vier falar/Não brigue por mim/Só diga que sou/Um problema seu".
Gram em "Me trai comigo"
kkkkkkk
"Sim, eu o amo loucamente (...) Vejo bem que perdi a razão, que não devia amá-lo desse modo. Não é sadio esse amor. Sinto agora, e já o sentia há muito tempo, mesmo nos momentos mais felizes, que não terei senão dores e tormentos. Mas que posso fazer, se os tormentos que me vêm dele representam felicidade para mim? (...) Ninguém ama os laços que o prendem, e eu sou a primeira a odiá-los. E no entanto sinto-me feliz por ser sua escrava - sua escrava voluntária, sinto-me feliz por sofrer tudo por amor dele -, contanto que esteja comigo, contanto que eu o possa ver, olhá-lo. Parece-me até que lhe permitiria que amasse uma outra, conquanto eu estivesse ao seu lado (...). Sei que é uma baixeza, e entretanto, se ele me abandonasse eu lhe correria atrás, até ao fim do mundo, mesmo que ele me repelisse e expulsasse. (...) Eu iria embora amanhã se ele o pedisse, se me chamasse. Bastaria que me assobiasse, como ao seu cão, e o seguiria... Não receio tormentos, se me vierem dele! Saberei que recebo meu mal de suas mãos..."

Natascha em Humilhados e Ofendidos de Dostoiévski (1861)
kkkkkk
"I'll search the holy books/I'll try to unravel the mystery of Jesus Christ the Savior/I read the poets and the analysts/Searched through the books on human behavior/I've traveled this world round/For an answer that refused to be found/I don't know why, and i don't know how/But she's nobody's baby now.
I loved her then, and i guess i love her still/Hers is the face i see when a certain mood moves me/She lives in my blood and skin/Her wild feral stare, her dark hair/Her little lips, as cold as stone/Yeah, i was her man.
But there are some things love won't allow/I held her hand, but i don't hold it now/I don't know why, and i don't know how/But she's nobody's baby now.
This is her dress, i loved best/With the blue quilted violets across the breast/And these are my many letters/Torn to peices by long-fingered hands/I was her cruel-hearted man.
And though I try to lay her ghost down/But she's moving through me even now/I don't know why, and i don't know how/But she's nobody's baby now..."
Nobody's baby, Nick Cave
kkkkkkk
"Olha pra mim, amor, olha pra mim;
Meus olhos andam doidos por te olhar!
Cega-me com o brilho de teus olhos
Que cega ando eu há muito por te amar.
O meu colo é arrninho imaculado
Duma brancura casta que entontece;
Tua linda cabeça loira e bela
Deita em meu colo, deita e adormece!
Tenho um manto real de negras trevas
Feito de fios brilhantes d'astros belos
Pisa o manto real de negras trevas
Faz alcatifa, oh faz, de meus cabelos!
Os meus braços são brancos como o linho
Quando os cerro de leve, docemente...
Oh! Deixa-me prender-te e enlear-te
Nessa cadeia assim eternamente! ...
Vem para mim,amor...
Ai não desprezes
A minha adoração de escrava louca!
Só te peço que deixes exalar
Meu último suspiro na tua boca!..."
kkkk
Suplica, Florbela Espanca - essa pirada que adorava rimar "louca" com "boca"!
kkkkk
Ah, não resisto a um drama burguês...

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