É dialético. Paradoxal. Hegeliano. Quase marxista e, sem dúvida, adorniano. As opções de escolhas são tantas - tanto para nós quanto para os outros - que começamos a abrir (arreganhar mesmo!) nosso leque de opções mais restrito ou seleto. Assim, aquelas coisas que antes cultivávamos por algum tempo, aninhávamos em berço esplêndido, decifrávamos, passamos a descartar de imediato - isso porque, igualmente para os outros que nos acolheram de qualquer forma, somos a priori descartados qual produtos. Reagimos conforme "o chute na bunda" que levamos - ou seja, partimos para outra pseudo-escolha. Só que ampliando ou estendendo nosso leque de escolhas e diminuindo o tempo de consumo, além de nos tornarmos hiper-superficiais, examinando mal e porcamente o objeto de estudo, rebaixamos o nível em que se assenta o objeto - até o nível em que "qualquer coisa serve". Nesse rastro, e confirmando as proposições da Escola frankfurtiana, quanto mais escolhas temos, menos escolhas fazemos. A liberdade de escolha do mundo pós-moderno é a total falta de escolha. É catastrófico: vivendo em uma sociedade tão repleta de opções, estamos completamente sem opção.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
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