Fala sério. Nada mais tosco do que lista de música. Sim, essas listas das maiores ou melhores ou mais pops ou mais grudentas (seja o que for!) canções dos últimos sei lá quantos anos. É engraçado que as pessoas insistam em concretizar, objetivar, impregnar de estatísticas, calhas, algo tão melífluo e subjetivo – impondo seu maldito ponto de vista sobre o que está a perder de qualquer vista. Ou mais: encontrar critérios que justifiquem tal coisa. Acho que ninguém leva isso a sério. O Patrick Bateman escrevia resenhas de álbuns dos anos 80 – todas ininteligíveis e mega-adjetivadas, claro, zombando dessa síndrome de Tolstói de desejarmos colocar tudo que nos cabe nos limites da cumbuca da razão. Dia desses, entretanto, andei dando uma olhadinha lá na tal lista da RS de 100 maiores (o que é isso???) da MPB. Se for pelo tamanho, acho que a “maior” é aquela da Legião Urbana, Faroeste Cabloco, que tinha pra lá de 20 minutos e todo mundo cantava. Mas não. Curioso: o “pau” que se paga para o Chico Buarque é algo que precisaria ser estudado à luz da psicanálise. Deve ser porque ele é escritor e tem uma postura cool - praticamente a antítese da do Caetano, que todo mundo diz que odeia. E o Caymmi, tadinho, quase que foi esquecido. O resto eu não me lembro - muito loko! Eis a pergunta que não quer calar: será que é de música mesmo que essas listas falam? Ou, na falta de assunto, a galera se reúne na redação e diz: “Meô, vamos fazer uma lista! Vamos deixar geral fulo da vida! Vamos polemizar, música é o caralho! Uhuuuuu!” Rir é a melhor saída – e claro, dar uma olhadinha na lista, assim, de soslaio.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
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