Eles têm um ao outro. E um ao outro me tem – disse Lilia Brik.
Bem que te disse, de molho alfafa ainda hoje, que tentei falar com algumas pessoas, mas há tanta gente que não há, de fato, ninguém. Lembro-me que, para festa, não convidaria os perfis com foto. Preferi os avatares – sejamos tão iguais que praticamente idênticos. “Preciso embalar a toca em que me estoco para recebê-lo”. Vou presentear-te com uma lingerie importada de 1930 do Fetiche Brabo – loja da bisa em Copa. Vou servir iguarias picotadas do corpo, tipo lóbulos de orelha, estrias. Não sei lidar com nada disso: estou porca, dei para cuspir no chão e mastigar-me até os ossos fêmures. Lamber os dedos, babar muco bucetal como quem verte gordura de cabra pelas moneras. Eis a gula do pecado. Coalhada feito leite. Não me responsabilizo por patavinas e nem pelo amor que cansei de sentir cortar-me os pulsos do beiço. Afiei-me na humilhação. Empobreci-me na ofensa. Sô de sôfrega, sonada, sozinha e sonsa. Santa de hálito regional entre as cáries que prenunciavam um “T” tão delicado que desfalecia sem dizê-lo. “Culpa dela. Da Tiaaaa...”. É preciso haver culpados, senão ele se recusa a rodar o filme – o diretor: “Ação!”. Mas não há. Ação ou culpa? Já nem sei. De resto, era displicente também: reaparecia sem deixar rastros.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
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